Correlações pós-humanistas na era do antropoceno

Partamos da literatura. Escreve Maria Gabriela Llansol que “reina na natureza uma grande desilusão quanto aos humanos e muito destes [...] estão a voltar à natureza” (2000: 111). Já Gonçalo M. Tavares refere o espanto do século, aquele em que os ruídos são mecânicos, em que a técnica invade os movimentos das personagens e das suas decisões, ao ponto de uma delas considerar que “a felicidade humana é um mecanismo” (2006a: 16). Natureza e mecanicização assim unidas parecem opor-se. No entanto, os dois são parte integrante do que é humano, por mais que na contemporaneidade se detetem tensões cujo impacto está ainda por determinar. O pós-humanismo é uma disciplina dentro das ciências sociais e humanas que se debruça sobre estas duas componentes do universo humano, integrando-as numa abordagem ética e ontológica. Os seres humanos começaram a deixar uma marca considerável na superfície terrestre desde a sedentarização. O último século, no entanto, viu a intensificação dessa marca, resultante de um domínio avassalador que, inclusivamente, põe em perigo a sustentabilidade planetária. O mundo das ciências naturais convencionou referir-se a estes novos tempos como a era do antropoceno; o pós-humanismo acompanha nas ciências sociais e humanas o modo como a espécie humana se ajusta a um mundo transformado pela sua intervenção, impelindo a uma revisão do que significa ser humano perante ameaças globais nunca antes enfrentadas. (Excerpt).

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